Reunião da Semana (16) teve Sistemas de Saneamento como tema

Reunião da Semana teve Sistemas de Saneamento como tema

A reunião dessa semana, dia 16, na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba, teve palestra sobre Sistemas de Saneamento com o engenheiro civil Fábio Rippe, da empresa Tigre.

Comunicados

O presidente José Carlos Carneiro fez a abertura apresentando os 5 novos associados da semana. Felipe Rodrigues Chauar e Mônica Pinesso Cianfarani – Arquitetos e Urbanistas, Matheus Mazzon e Nádia Lie Nakamori – Engenheiros Civis e Viviane Mateus Soares – Engenheira Ambiental.

Após, destacou a eleição para a cadeira de engenharia civil para Titular e Suplente, do Conselho do CREA, que acontece no dia 22 de novembro. Quatro candidatos entregaram suas fichas e cartas de postulação, que serão avaliadas pela Comissão Eleitoral no dia 23 de outubro e após, publicarão as cartas dos aptos. São eles: Danillo César de Oliveira, Mario Alves Rosa, Samuel Carlos Flora e Dimaroh De Marins Peixoto Júnior.

Também apontou a finalização do processo criminal no qual a AEAS foi vítima em 2011. Além da pena de 3 anos e 4 meses de reclusão, em regime inicial aberto, foram condenados a restituir R$ 1,4 milhão (Um milhão e quatrocentos mil reais). O valor foi dado em forma de imóvel, pertencente aos envolvidos. O presidente ressaltou assim, a importância de ter governança na Associação. “Na época, não havia nenhum tipo de controle. Hoje, há vários procedimentos diários e externos que garantem todos os cálculos e gastos feitos. Além de estar disponível mensalmente em nosso site. Tudo muito claro”, ressaltou.

O presidente, então, se alegrou ao mencionar que o Jantar Dançante da AEAS está chegando e que as mesas já estão à venda. O evento acontece dia 14 de dezembro no Espaço de Eventos Monteiro Lobato. “As mesas já estão sendo vendidas e quem quiser fazer parte deste evento tão concorrido, deve se apressar!”, comentou.

A AEAS fará uma homenagem a alunos de diversas instituições de ensino que foram destaque em 2019, no dia 29 de outubro, na Câmara de Sorocaba. O presidente disse também que tem a intenção de homenagear a instituição que criou a 1º Escola de Engenharia do Brasil, e a 3º no mundo, no século XVIII.

A Palestra

Carneiro apresentou o engenheiro Fábio Rippe, já conhecido na casa, que vem explanando temas relevantes para o dia a dia dos engenheiros.

Rippe começou falando dos impactos das perdas causadas pelos sistemas de saneamento existentes no país e que alguns procedimentos podem minimizar esta questão, com exemplos reais. “A média nacional de perda de água no Brasil é de 37,5%. É como se você ganhasse um salário e perdesse mais de 30% dele, já pensou? Em países como Israel, a perda é de 0,87% e no Japão de 3%. A escassez, boa vontade e os processos mais tecnológicos fazem o número ser menor”, afirma.

Para dar um exemplo brasileiro no combate as perdas de água, Rippe usou as cidades de Limeira e Campinas. A primeira, pois privatizou a questão e a segunda porque teve empenho. Limeira reduziu em 20 anos a 13% suas perdas. Já Campinas, que efetuou as trocas nos ramais das casas, reduziu também em 20 anos de 49% para 19%. “São casos de sucesso. E os fatores que impactaram nessa mudança foram a privatização, o empenho e as novas tecnologias”, ressalta.

A perda da água não impacta apenas para quem não recebe o dinheiro por ela, mas na questão ambiental e no bolso do consumidor. “Quando há perda de água potável, ela vai para o esgoto. Se há tratamento na cidade, ela volta a ser utilizada, mas se não há, que é o caso da maioria dos municípios brasileiros, essa água se perde. Além do que, o consumidor paga pelos que desviam e também por essa perda. Há necessidade de repensar a questão da água potável. Já que está esgotando”, enfatiza.

Rippe também mostrou os equipamentos adequados para cada processo. Para as adutoras, que levam a água em grande quantidade, a mais adequada é a Linha MPVC DEFOFO. O M foi um aditivo incluído nos tubos para aumentar a ductilidade. O intuito é reduzir os danos causados pelos impactos durante a obra, como, por exemplo, quando o tubo é jogado do caminhão ou para dentro da vala. As conexões, obrigatoriamente, precisam ser de ferro fundido para aguentar a força da água, segundo Rippe. “Há necessidade de fazer a ancoragem para que as conexões não saiam do lugar, evitando utilizar madeira para isso”, afirma.

Quanto a profundidade ideal da instalação do tubo, Rippe destaca que depende de qual a intensidade de movimento da via acima. Quanto mais movimento, mais enterrado deve estar o tubo. Além disso, algo imprescindível para a durabilidade de qualquer tubo, é nunca, em hipótese alguma, dobrá-lo ou curvá-lo. “O ideal aqui é utilizar as conexões para fazer a curva e jamais dobrar ou curvar o cano. Usar maçarico então, nem pensar!!!”.

Para os tubos que levam a água da adutora para a distribuição, são utilizados os de PVC – PBA, na cor marrom, mas não são os mesmos usados nas residências. Nesse caso é permitido o uso de conexões diversas em PVC, mas há necessidade de ancorar da mesma maneira.

O Tubo PEAD faz a condução da água em ramais prediais. São nesses ramais que acontecem os famosos ‘gatos’, se os tubos forem soldáveis – de uso doméstico. Segundo Rippe, o acesso para o ‘gato’ fica mais difícil se for usada a linha de Conexões de Compressão. “São mais fáceis de instalar e mais difíceis de achar em lojas, e por isso, mais difícil de fazer o ‘gato’”, explica.

Com a coleta de esgoto, os tubos não são para aguentar pressão, já que a utilização é por gravidade. Os dois tipos mais usados, na cor ferrugem, são o Corrugado e o Liso. O Corrugado, apesar de mais leve, tem mais ductilidade. Ambos se acomodam da mesma maneira. “O corrugado, tem a facilidade também de colocar o anel em volta dele, passar o lubrificante específico e encaixar. Bem simples. Isso ajuda a aumentar a produtividade”, ressalta.

Para o presidente, a palestra foi muito importante, pois trouxe detalhes para o dia a do engenheiro. “Muitos se surpreenderam com o que ouviram aqui. São detalhes que fazem a diferença e realmente facilitam o trabalho”, finaliza.

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