Concreto Autocicatrizante foi tema de palestra na AEAS (12.02)

Na palestra da semana, o presidente José Carlos Carneiro não pode estar presente, então o diretor João Ângelo Marzola apresentou os novos associados e falou sobre a visita à empresa Ita, que aconteceu no dia 18, que produz madeira engenheirada.

Em seguida, apresentou o palestrante, Mestre em Ciências e engenheiro civil, Emilio Minoru Takagi, que abordou a perspectiva de uso do concreto autocicatrizante. Takagi é diretor técnico internacional da PENETRON Global.

O assunto, apesar de recente, foi bastante estudado por Minoru, em seu mestrado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), mas há outras instituições renomadas como a PUC-MG, Mackenzie, Unisinos, UFRGS, UEL, UnB e as federais de Taubaté-SP, Criciúma-SC, Sorocaba-SP e Poços de Caldas-MG, que abordam o assunto. Além da Politécnica de Milão.

Os estudos do concreto autocicatrizante começaram em 1994, porém só a partir de 2005, com a criação do comitê técnico 221-SHC para estudar concreto autocicatrizante, instalado pela RILEM (União Internacional de Laboratórios e Especialistas em Materiais, Sistemas e Estruturas de Construção), é que foi mais difundido.

Segundo o mestre, o concreto autocicatrizante literalmente consegue “regenerar” fissuras de até 0,5 mm de forma autônoma. “O processo demora algumas semanas, mas o concreto consegue se regenerar completamente com fissuras de até o estado limite de serviço ELS especificado. Parece absurdo, eu sei, tanto que na época em que o estudava em meu mestrado, os meus colegas chamavam o concreto de Wolverine, fazendo analogia ao personagem da Marvel que se regenera, e assim ele ficou conhecido”, afirma rindo.

Apesar de parecer ter saído de uma história em quadrinhos, hoje já é uma realidade. Grandes concreteiras como a Supermix e Engemix possuem concreto autocicatrizante para fornecimento no mercado nacional, sendo utilizado em construções que necessitam ser estanques, ou seja, que precisam de impermeabilidade na estrutura. E isso, automaticamente, oferta maior longevidade, que varia de 50 a 60 anos adicionais. Pode-se citar reservatórios, cisternas e lajes de subpressão, entre outras, como exemplos de construções.

Nos Estados Unidos e na Europa, já utilizam em compósitos de concreto cicatrizante sem juntas de dilatação. No Japão já é utilizado em estruturas pré-fabricadas em obras de saneamento básico, e em ambientes agressivos. No Brasil, foi usado na construção de túneis graneleiros na região do porto de Santos-SP e no complexo de túneis que fazem parte da duplicação da rodovia Régis Bittencourt, na região da serra do Cafezal, em São Paulo. Entre outras.

O concreto autocicatrizante ainda não está normatizado, porém, devido aos comitês de estudos feitos pelo CB18 e CB22 da ABNT, em conjunto com as instituições como o IBI, Ibracon e a AEI, estão padronizando os ensaios que validam as aplicações na prática, mostram que há vários graus de confiabilidade em sua regeneração, que vão de 95%, 97% até 99%. O produto já é comercializado com custo que varia entre 15% e 30% acima dos valores dos concretos comuns.

Ao final, Marzola agradeceu ao palestrante e aos presentes e convidou a todos para um café com bolo e o habitual networking.

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